30/12/2016

Minha trajetória de concurseira

Tudo posso Naquele que me fortalece

Professora Maria Beatriz

Foto: google
       Neste texto compartilho com vocês, concurseiros e concurseiras, minha trajetória em concursos públicos. Espero que de uma forma contribua para manter a esperança e o sonho SEMPRE vivos, pois vale apena acreditar que somos capazes.
Iniciei minha trajetória de concurseira no ano de 2000, quando resolvi ingressar na Faculdade. Como não podia pagar as mensalidades exorbitantes das instituições privadas, decidi que entraria na Universidade de São Paulo – USP, por ser mantida pelo poder público, portanto não precisaria pagar. Só assim seria possível realizar meu sonho. Importante observar que na época não sabia muito bem o que significava entrar na USP, melhor dizendo, mesmo morando na cidade de São Paulo há vários anos, não tinha ouvido falar muito dela, menos ainda estado nela (nasci em uma pequena vila no interior do estado de Pernambuco, Zé Gomes, pertencente ao município de Exu. Sim, ela mesma: a cidade do Rei do Baião, Luiz Gozanga). Como se vê, tinha muito a fazer para chegar lá!
Inicialmente tive que enfrentar dois problemas: trabalhava em uma indústria de cosmético em São Paulo e, como a maioria dos brasileiros, havia feito o ensino médio na rede pública de ensino. O primeiro limitava meu tempo de estudo. Já o segundo, redeu-me defasagem de escolarização se comparada à dos meus futuros concorrentes. Assim, tive que descobrir as possibilidades de enfrentamento.
Não podia abrir mão do trabalho, restando-me usar o tempo que era possível para estudar, ou seja, à noite. Mas não era suficiente. Dessa forma, matriculei-me em um cursinho aos sábados e, eventualmente, aos domingos. Naquele momento já havia identificado quais eram as disciplinas que tinha maior facilidade e as que tinha maior identificação: humanas e alguns tópicos das biológicas. As exatas sempre foram meu tendão de Aquiles.
Realizado o exame das minhas preferências e das áreas de maior conhecimento, comecei a estudar com o propósito de tirar a pontuação necessária para passar para a segunda fase da temida Fuvest. Meu plano deu certo: passei para a segunda fase. Fiz a segunda prova e fui aprovada, ingressando, finalmente, no curso de Pedagogia da USP, em 2001. Na época pensava que a batalha já estava ganha, ledo engano, estava apenas começando. Mas essa é uma outra história.
Conclui o curso de Pedagogia em 2005, mais precisamente em julho de 2005. Finalizado o curso, bateu o desespero: precisava trabalhar. Enviei diversos currículos, sendo chamada e contratada para trabalhar em uma escola de educação infantil.
Naquele mesmo ano, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo abriu concurso para professores de educação básica (PEB I). Era uma oportunidade impar para ingressar no serviço público. Precisava aproveitá-la. Mais uma vez as noites foram minhas companheiras de estudo. Comprei uma apostila (hoje sou mais criteriosa na aquisição desse tipo de material) para “guiar meus estudos”, mas confesso que cometi diversos erros ao planejá-lo, tais como:
1- não ler o edital;
2- não analisar a bibliografia;
3- não procurar me informar acerca das características da banca examinadora;
4- não estudar por provas anteriores.
Hoje, acredito que esses quatros pontos são de suma importância no processo de preparação de qualquer concurseiro ou concurseira.
Lembro-me que lia a apostila com afinco, tentava relacionar o que estudava com os conteúdos que havia aprendido na faculdade, ainda estava tudo “fresquinho”. Creio que em grande medida foi isso que me ajudou a ser aprovada em meu primeiro concurso para professor: estudar, relacionando os conteúdos. Aprovada, ingressei no magistério público paulista no início do ano de 2006, permanecendo até agosto de 2013, quando pedi exoneração.
No concurso de 2005 aprendi que não se deve responder a prova a partir do que se acredita, mas a partir do que os autores acreditam. Como ressaltava um dos meus professores da faculdade, o dia da prova não é o momento para expor opinião. Portanto, resolva-a tendo em vista a bibliografia, concordando ou não com os pontos de vista nela contida.
            Minha segunda participação em concurso público ocorreu em 2010. Na ocasião o certame era para professor da rede municipal de São Paulo. Devido ao fato de trabalhar como professora e estar finalizando um curso de pós-graduação, não me preparei como deveria. Fui aprovada, mas com uma péssima classificação. Contudo, nem tudo foi fracasso. O concurso ensinou-me que cada concurso é único, o conhecimento que você tem é importante, mas se quiser ser aprovado ou aprovada com uma ótima classificação, deve haver planejamento, estudo, esforço e dedicação.
            Nos anos seguintes participei de dois processos seletivos: 2011, em Cajamar e, em 2012, em Sorocaba. Em ambos fui aprovada com uma ótima colocação. Mas o grande desafio ocorreu em 2015.
Já residindo em Sorocaba, participei do concurso para professor. Era muito importante ser aprovada, pois era a chance de me estabelecer definitivamente na cidade. Portanto, lancei mão dos aprendizados anteriores.
Li demoradamente o edital, destacando as datas importantes; analisei a bibliografia com o intuito de identificar o que sabia sobre os autores; adquiri alguns livros, outros busquei em bibliotecas e na internet; pesquisei sobre a banca examinadora (provas anteriores e comentários de outros concurseiros). Realizada esta etapa preliminar, planejei como seria minha rotina de estudos.
Não posso deixar de mencionar que aquela altura de minha vida já estava casada e trabalhando em uma Faculdade. Restava-me pouco tempo efetivo para os estudos. Então procedi da seguinte forma: agrupei a bibliografia por temas (educação infantil, alfabetização, legislação educacional...), língua portuguesa e matemática. Em relação à matemática, destinei menos tempo, pois é meu ponto fraco (não havia tempo para aprender o que não sabia); para língua portuguesa, que tenho maior facilidade, dediquei um pouco mais: duas horas, três vezes por semana.
À bibliografia específica, reservei, em média, uma hora por dia. Na reta final, já de férias do trabalho, intensifiquei os estudos, chegando a 8 horas. Uma dica que dou, e que foi essencial para minha aprovação, foi parar de estudar quando me sentia cansada ou quando nada mais “entrava na cabeça”. Não vale apena continuar, relaxe, sai um pouco do ambiente de estudo, volte depois com a cabeça “fria”.
Segui o plano de estudos até o fim, o que resultou em minha aprovação, com uma ótima classificação, para ser mais exata, 35ᵃ, se analisada as circunstâncias em que ela se deu.  Ainda em 2015, participei de outros dois concursos, sendo um para o cargo de professor e, o outro, para supervisor escolar. Fui aprovada em ambos, mas a classificação não foi expressiva.
No início deste ano, 2016, participei de um certame para provimento do cargo de vice-diretor de escola. Na preparação apliquei o conhecimento adquirido em minha trajetória de concurseira. Análise do edital, da bibliografia, da banca examinadora, um plano de estudo adaptado as minhas necessidades e disponibilidade de tempo. Quero destacar duas táticas que utilizei que resultou em ótimos resultados: anotar tudo (fazer sínteses, esquemas e mapas conceituais) e, na medida do possível, estudar pelos livros e artigos, recorrendo aos resumos das obras apenas como exercício de fixação. Fiquei muito contente quando saiu o resultado: foi aprovada em primeiro lugar. Hoje, estou preste a assumir o cargo na vice-direção. Já até escolhi a escola em que vou trabalha.
Foi a partir dessas minhas inúmeras experiências que decidi compartilhar, com todos e todas que como eu, estudam, batalham para ser aprovados em concursos públicos na área educacional, o conhecimento, os materiais que arquivei, que elaboro e que pesquiso, no blog que criei. Não concordo que devemos adotar as técnicas de estudo utilizadas por outras pessoas, mas acredito que elas podem auxiliar-nos a elaborar as nossas, adequadas as nossas necessidades.

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