1- Em Pedagogia da infância: dialogando com o passado
– construindo o futuro, Julia Formosinho mostra que, no
âmbito de uma pedagogia transformativa, preconiza-se
a instituição de um cotidiano educativo que conceitualiza a criança como uma pessoa com agência, não à espera de ser pessoa, que lê o mundo e o interpreta, que
constrói saberes e cultura, que participa como pessoa e
como cidadã na vida da família, da escola e da sociedade. Conforme a autora, os processos principais de uma
pedagogia da participação são a observação, a escuta
e a negociação.
A respeito desses processos, é correto
afirmar, segundo Formosinho, que
(A) a observação é um processo fragmentado, requerendo o conhecimento das crianças como um grupo.
(B) a negociação é um instrumento de participação que
aproxima a perspectiva construtivista da tradicional.
(C) a escuta ocorre de modo intermitente no contexto da
comunidade educacional.
(D) a negociação é a participação guiada da classe na
codefinição do planejamento curricular.
(E) a observação parte do ato de se observar primeiro a
criança e depois o contexto que se criou.
2- No livro Reflexões sobre alfabetização, Emilia Ferreiro
afirma que “estamos tão acostumados a considerar a
aprendizagem da leitura e escrita como um processo de
aprendizagem escolar que se torna difícil reconhecermos
que o desenvolvimento da leitura e da escrita começa
muito antes da escolarização. Os educadores são os que
têm maior dificuldade em aceitar isso. Não se trata simplesmente de aceitar, mas também de não ter medo de
que seja assim”.
Subjacente a essa dificuldade, está a
ideia, criticada pela autora, de que
(A) o processo de aquisição é dividido em fases, a saber:
pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e alfabética.
(B) as crianças são, desde muito cedo, construtoras de
diferentes conhecimentos.
(C) a instituição social criada para controlar o processo
de aprendizagem é a escola; logo, a aprendizagem
deve realizar-se na escola.
(D) a leitura e a escrita são aprendidas em diferentes
contextos, em que as crianças aprendem pelos usos
sociais dessas práticas.
(E) a linguagem é compreendida como um sistema de
representação; logo sua aprendizagem se dá pela
apropriação de um novo objeto de conhecimento.
3- Telma Weisz, em O diálogo entre ensino e a aprendizagem, afirma que um erro que precisa ser evitado pelos
professores é o desvio espontaneísta: como é o aluno
quem constrói o conhecimento, não seria necessário
ensinar-lhe. A partir dessa crença o professor passa a
não informar, a não corrigir e a se satisfazer com o que o
aluno faz “do seu jeito”. Essa visão implica abandonar o
aluno à sua própria sorte. A autora exemplifica que, quando uma criança entra na escola ainda não alfabetizada,
tanto ela quanto o professor sabem que ela não sabe ler
nem escrever. Ao propor que ela se arrisque a escrever
do jeito que imagina, o que professor na verdade está
propondo é uma atividade baseada na capacidade infantil de jogar, de fazer de conta. Em contrapartida, o professor deve usar tudo o que ele sabe sobre as hipóteses
que as crianças constroem sobre a escrita para poder,
interpretando o que o aluno escreveu, ajudá-lo a avançar.
Para a autora, ao professor cabe
(A) corrigir a todo instante eventuais erros cometidos
pela criança.
(B) propiciar um ambiente lúdico de aprendizagem, para
não haver recusa por parte das crianças.
(C) abster-se de corrigir os erros da criança, para não
criar bloqueios de aprendizagem.
(D) tomar nota dos erros da criança, informando aos responsáveis os resultados.
(E) organizar a situação de aprendizagem de forma a
oferecer informação adequada às crianças.
Gabarito
1- D
2- C
3- E
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