Uma escola
estadual rural enfrentava uma grande evasão dos alunos no Ensino Médio. Embora
fosse uma escola do campo, reproduzia características urbanas. Nas reuniões do
Conselho de Escola, foram discutidas as expectativas e as alternativas. A
comunidade afirmava não poder abrir mão da presença de seus jovens no trabalho
rural. A associação de agricultores indicava a necessidade de formação técnica
para seus jovens. A equipe da escola preocupava-se em garantir a educação
básica completa a seus alunos. A equipe gestora e o corpo docente construíram
um projeto de escola em que os alunos ficam em tempo integral na escola. Pela
manhã, os estudantes divididos em equipes, em esquema de rodízio, seguem para o
trabalho prático. Orientados por um professor-monitor, distribuem-se entre o
viveiro, a lavoura, o aviário, a horta, os insumos, o cuidado dos animais etc.
À tarde, depois do almoço e da sesta, vão para a sala de aula, onde aprendem os
conteúdos teóricos e partilham os saberes adquiridos com a experiência prática.
Uma semana, os alunos ficam na escola. Uma semana, ficam em casa e trabalham
com as famílias compartilhando o que aprenderam. Para viabilizar o projeto, a
associação de agricultores cedeu um barracão e doou um terreno. A cooperativa
local cedeu equipamentos. A escola saltou de 33 alunos em 2010 para 217 alunos
em 2013.
1-
(Vunesp/2014) Segundo Vitor Henrique Paro, para que a escola construísse essa
transformação foi necessária a superação de condicionantes internos a ela e
determinantes presentes na comunidade que impedem a participação democrática no
interior da escola. Assinale a alternativa que indica, dentre outros, os
condicionantes internos e os determinantes da comunidade, respectivamente,
superados.
(A) As
condições de trabalho e os interesses dos grupos dentro da escola.
(B) As condições de trabalho e os mecanismos coletivos
de participação.
(C) As
condições objetivas de vida e os institucionais.
(D) A visão
da população sobre a escola e a visão sobre a participação.
(E)
Mecanismos coletivos de participação e os interesses dos grupos dentro da
escola.
2. (Vunesp/2014)
Essa escola, segundo Padilha em sua obra Planejamento Dialógico,
enquadrar-se-ia em uma escola na perspectiva cidadã. Para o autor, cidadania e
escola seriam, respectivamente,
(A) a
vigilância sobre o cumprimento das deliberações da Declaração Universal dos
Direitos Humanos; o locus central do processo de ensino.
(B) o exercício pleno, por parte da sociedade, de seus
direitos e deveres, baseado no exercício da democracia; o locus central do
processo educativo.
(C) aquela
outorgada pelo Estado com a ideia moral do favor e da tutela; o locus único da
aprendizagem.
(D) a
vigilância sobre o cumprimento das deliberações da Declaração Universal dos
Direitos Humanos; aquela que se assume como centro de direitos.
(E) aquela
outorgada pelo Estado com a ideia moral do favor e da tutela; aquela que
viabiliza ou luta para que os educandos e educadores sejam eles mesmos.
3. (Vunesp/2014)
O relato da experiência apresenta, segundo Bussmann (in Veiga), características
de uma organização escolar que se quer democrática, em que a participação é
elemento inerente à consecução dos fins, em que se buscam e se desejam práticas
coletivas e individuais baseadas em decisões tomadas e assumidas pelo coletivo
escolar.
Segundo a autora citada, esse tipo de escola exige da equipe diretiva
(A)
competência na sua área de formação. Ênfase nas ações técnicas, na estrutura
escolar e na gerência de verbas, com maior ou menor centralização e com todas
as variações do uso das leis, das máquinas e dos modelos.
(B) domínio
dos paradigmas da ciência administrativa, garantindo eficiência e eficácia na
produtividade, de forma parcelada passível de garantir o acompanhamento e a
execução da proposta.
(C) liderança e vontade firme para coordenar, dirigir e
comandar o processo decisório, assegurando que decisões tomadas de forma
participativa e respaldadas técnica, pedagógica e teoricamente sejam
efetivamente cumpridas por todos.
(D)
competência e vontade firme para, com maior ou menor centralização e com todas
as variações do uso das leis, das máquinas e dos modelos, acompanhar e comandar
a execução da proposta.
(E) domínio e
liderança mediadora para executar a proposta construída em sintonia com a
legislação vigente, com os aspectos técnicos, burocráticos e financeiros
inerentes às instituições.
Gabarito
1- B
2- B
3- C
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